Aceitar o quê?

Depois do grande final temos de aceitar, mas como se pode aceitar assim de coração cheio ainda?
A peça teve os seus actores, o cenário e os adreços...as gargalhadas e as lágrimas no chão, o público e os aplausos...e.....agora, de repente, apagam-se as luzes e acaba tudo?

Pois...aceitar não é facil enquanto se quer mais.

Para deixar de querer mais, não tem de se ganhar ódio ao elenco ou ao texto (isso é facil), eu voto sempre na alternativa de amar a história porque acabou com sentido...independentemente de ser um final feliz ou não.

Mas quando acaba...tem de acabar mesmo, não podemos deixar pequenas cenas acontecerem fora do palco.

Só se pode aceitar uma coisa que está verdadeiramente terminada.......e....enquanto houver actores a fazer coisas, a peça continua.

Há actores que não sabem onde começa e acaba o palco....confundem tudo e todos, arruinam os cenários, estragam os adreços, e esgotam o resto do elenco.

Eu cá...estou exausto...fecho as cortinas por hoje. Para esta peça não abro mais.

Intuições

Vivemos muito com a ideia de que sabemos muito bem aquilo que queremos, seja qual for o objecto dessa sabedoria...
A meu ver creio que aquilo que podemos ter de mais concreto é a certeza do que não queremos, é a partir daí que estamos aptos à verdadeira experiência.
O Planeta está repleto de coisas para experimentar, convém restringir o nosso caminho ao que ainda não fizémos (para o crescimento)....para tal temos de aceitar as lições já apreendidas para não as repetir desnecessariamente.

Normalmente, obcecados por estes ou aqueles motivos, ignoramos o nosso proprio guia - Nós Proprios - que se expressa pela intuição humana...é a intuição que nos diz o caminho.

O que quero dizer é que há coisas que parece sabermos à partida não ser boa ideia fazer..(e..as opiniões dividem-se sobre o que a intuição significa realmente)...mas sinto que esta é a genuína voz do nosso espírito...é ela que nos abre o caminho às novas lições..ou nos alerta para um que já foi percorrido antes e que certamente nos vai ser prejudicial e/ou redundante.

Aos que acreditam que as pessoas não mudam desenganem-se, nós estamos sempre em mudança...e temos de aceita-la..é a renuncia a essa mudança que nos deixa em loop em experiências que nos fazem sofrer eternamente ...sempre com um sabor de dejávu.

A título de exemplo acho primária a falta de respeito pelo espaço dos outros e consideração, quem não tem essas lições apreendidas ainda tem esse percurso para fazer, e a partir do qual ficamos aptos a aprender e receber outras coisas como o verdadeiro e sólido amor dos outros para connosco...e todos precisamos de amor.

De forma paralela, é também primária a necessidade de fazer respeitar as fronteiras do próprio espaço e lutar pelo respeito/consideração dos outros..também é sinal que algo não funciona.

O nosso Planeta padece precisamente desse tipo de males, numa prespectiva global...reparem no que as nações fazem umas às outras, primitivo certo?...

Estou confiante que todos nós no fundo sabemos estas coisas...todos temos pelo menos um amigo..e..é nosso amigo porque estas coisas fluem. A partir do momento em que ignoramos esse conhecimento estamos sempre a fugir à lição...e fechar as portas a outras que nos mudariam para melhor.

Mudar, sim...espero nunca deixar de pelo menos, tentar o melhor que souber e conseguir.